quarta-feira, janeiro 02, 2013

ANO NOVO DE PAZ! por Dom Fernando Arêas Rifan

“BEM-AVENTURADOS OS OBREIROS DA PAZ” FOI O TÍTULO DA MENSAGEM DO PAPA PARA O DIA 1º DE JANEIRO, DIA MUNDIAL DA PAZ: “CADA ANO NOVO TRAZ CONSIGO A EXPECTATIVA DE UM MUNDO MELHOR. PEÇO A DEUS, PAI DA HUMANIDADE, QUE NOS CONCEDA A CONCÓRDIA E A PAZ A FIM DE QUE POSSAM TORNAR-SE REALIDADE, PARA TODOS, AS ASPIRAÇÕES DUMA VIDA FELIZ E PRÓSPERA”.

Bento XVI analisa o clima do nosso tempo que, “caracterizado pela globalização, com seus aspectos positivos e negativos, e também por sangrentos conflitos ainda em curso e por ameaças de guerra, requer um renovado e concorde empenho na busca do bem comum, do desenvolvimento de todo o homem e do homem todo”.

E o Papa aponta as potenciais causas de atritos: “Causam apreensão os focos de tensão e conflito causados por crescentes desigualdades entre ricos e pobres, pelo predomínio duma mentalidade egoísta e individualista que se exprime inclusivamente por um capitalismo financeiro desregrado. Além de variadas formas de terrorismo e criminalidade internacional, põem em perigo a paz aqueles fundamentalismos e fanatismos que distorcem a verdadeira natureza da religião, chamada a favorecer a comunhão e a reconciliação entre os homens”.

A paz é uma vocação natural do homem: “E, no entanto, as inúmeras obras de paz, de que é rico o mundo, testemunham a vocação natural da humanidade à paz. Em cada pessoa, o desejo de paz é uma aspiração essencial e coincide, de certo modo, com o anelo por uma vida humana plena, feliz e bem sucedida. Por outras palavras, o desejo de paz corresponde a um princípio moral fundamental, ou seja, ao dever-direito de um desenvolvimento integral, social, comunitário, e isto faz parte dos desígnios que Deus tem para o homem. Na verdade, o homem é feito para a paz, que é dom de Deus”.

“Tudo isso me sugeriu buscar inspiração, para esta Mensagem, nas palavras de Jesus Cristo: Bem-aventurados os obreiros da paz, porque serão chamados filhos de Deus. A bem-aventurança de Jesus diz que a paz é... dom messiânico e obra humana. Na verdade, a paz pressupõe um humanismo aberto à transcendência; é fruto do dom recíproco, de um mútuo enriquecimento, graças ao dom que provém de Deus e nos permite viver com os outros e para os outros... Por isso, é indispensável que as várias culturas de hoje superem antropologias e éticas fundadas sobre motivos teórico-práticos meramente subjetivistas e pragmáticos, em virtude dos quais as relações da convivência se inspiram em critérios de poder ou de lucro, os meios tornam-se fins, e vice-versa, a cultura e a educação concentram-se apenas nos instrumentos, na técnica e na eficiência. 

Condição preliminar para a paz é o desmantelamento da ditadura do relativismo e da apologia duma moral totalmente autônoma, que impede o reconhecimento de quão imprescindível seja a lei moral natural inscrita por Deus na consciência de cada homem. 

A paz é construção em termos racionais e morais da convivência, fundando-a sobre um alicerce cuja medida não é criada pelo homem, mas por Deus”.

*Bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney

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