sábado, março 30, 2013

SEXTA-FEIRA DA PAIXÃO 2013


Que atitude deve ter o crente então hoje? Mergulhar na dor de Cristo, deixar-se compenetrar e “impressionar”; mas não ficar nisso. 
A dor é somente um sinal; a realidade significada é seu amor por nós.
 E diante da prova suprema de que Cristo nos ama (visto que “não há amor maior do que dar a vida pela pessoa amada”) 
 não se pode dar o primado à compaixão nem à  compunção; o primado deve ser do estupor, da gratidão e da alegria.
Os escritos de João: “com efeito, de tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único (Jo 3 ,16), 
 e de Paulo: “Eu vivo, mas já não sou eu; é Cristo que vive em mim.
A minha vida presente, na carne, eu a vivo na fé no filho de Deus, que me amou e se entregou por mim (Gl 2,20)
  são frases com ponto de exclamação, exprimem estupefação.
 Diante de nossa compaixão, Jesus nos poderia dizer: É só isto que sabes dar-me em resposta? 
A cruz simboliza as duas direções que se cruzam do mandamento do amor: o amor a Deus na direção vertical e o amor ao próximo na direção horizontal. 
Quem ama não quer ser compadecido, mas amado: “Quem não amaria a quem nos ama?”
- dizia São Boaventura; isto é: como não amar a quem nos amou tanto? 
 E Paulo: “Se alguém não amar o Senhor, seja maldito!”(1 Cor 16,23)
Esta é a verdadeira adoração espiritual da cruz, que é adoração da sua potência salvadora, mas também do amor sem limites de que é sinal.
 Gratidão, amor, admiração, portanto, esperança. Se Deus não poupou o próprio Filho, mas o entregou por todos nós, como não nos haverá de agraciar em tudo junto com  ele?
Quem acusará os eleitos de Deus? Quem nos separará do amor de Cristo?
  Mas em tudo isto, inclusive a morte, somos mais que vencedores, graças àquele que nos amou até a cruz (Rm 8,31-37).