sexta-feira, agosto 23, 2013

SÃO PIO X - "INSTAURARE OMNIA IN CHRISTO"

SÃO PIO X, PAPA E CONFESSOR
JOSÉ SARTO (ITÁLIA 1835 - 1914), BISPO DE MÂNTUA E PATRIARCA DE VENEZA, SUBIU À CÁTEDRA DE PEDRO COM O NOME DE PIO X (1903) 

Defendeu com ardor a aplicação prática e continuada dos cânones do Sacrossanto Concílio de Trento, além da ostensiva condenação ao mau do Modernismo e do Liberalismo contemporâneos. 
Valia-se do dístico: 
“SE ALGUÉM PEDIR UMA PALAVRA DE ORDEM, SEMPRE DAREMOS ESTA E NÃO OUTRA: RESTAURAR TODAS AS COISAS EM CRISTO”.
Foi um programa de renovação e reformas da Igreja no início do século XX, uma espécie de preliminar ao Vaticano II.

Transcorridos os 11 dias de orações, prescritos para sufrágio da alma do Papa Leão XIII, recém-falecido, os cardeais da Santa Igreja (em número de 62, na época) iniciaram o Conclave — reunião do Colégio cardinalício com o objetivo de eleger o novo Papa.

Os primeiros escrutínios indicavam a escolha do Cardeal Rampolla — que fora colaborador direto de Leão XIII. Mas no dia 1º de agosto foi comunicado aos cardeais, no Conclave, o veto do Imperador da Áustria, Francisco José. Veto que, segundo uma tradição, poderia ser exercido pelo Imperador austríaco.

Devido a isso, o Cardeal Giuseppe Sarto, de Veneza, passou a ser o preferido. Entretanto, num exercício de autêntica humildade, pedia aos cardeais que nele não votassem. Mas ele era o escolhido também pela Divina Providência. 
No sétimo turno da votação, o Cardeal Sarto, por insistência de vários de seus pares no Sacro Colégio, acabou aceitando e foi eleito o 257º sucessor de São Pedro, por 50 votos a seu favor, no dia 4 de agosto de 1903.
O Cardeal Sarto, de cabeça baixa, ouviu o resultado do sufrágio. Segundo o costume, aproximou-se dele o Cardeal Decano e perguntou-lhe se aceitaria ou não a eleição à Sede Pontifícia.

Com os olhos banhados em lágrimas, e a exemplo de Nosso Senhor Jesus Cristo, respondeu: “Se não for possível afastar de mim esse cálice, que se faça a vontade de Deus. Aceito o Pontificado como uma cruz”.

Após cinco dias, teve lugar a grandiosa cerimônia de coroação do sucessor de São Pedro, para a glória da Santa Igreja.
Giuseppe Melchior Sarto nasceu em Riese (Treviso) - hoje chamada Riese Pio X -, no norte da Itália, em dois de Junho de 1835, de João Batista Sarto (um funcionário da prefeitura) e de Margarida Sanson (costureira), o segundo de dez filhos. 
Tinha 23 anos quando foi ordenado sacerdote (18 de setembro de 1858). Por 9 anos foi capelão em Tombolo. Foi também vigário de Salzano, passando ali 9 anos. Por outros 9 anos foi cônego e diretor espiritual em Treviso. Outros 9 anos ele os viveu como bispo de Mântua (16 de novembro de 1884) e outros 9 como Patriarca (15 junho de 1893) de Veneza.

Foi eleito papa em 1903, ocupando o lugar de Leão XIII. Mesmo sendo papa, Pio X quis permanecer pobre e manter a simplicidade de vida, a bondade, que herdara de seus pais.
Pio X tinha como lema de pontificado "INSTAURARE OMNIA IN CHRISTO" (restaurar toda as coisas em Cristo).

O conclave que terminou pela sua eleição foi o último no qual um Cardeal usou do direito de “Veto” em nome de uma potência estrangeira, pois, uma vez eleito, Pio X decretou a “excomunhão maior” contra todos que, no futuro “ousassem formular um veto no Conclave ou contribuíssem para fazê-lo.

Reconhecendo que a renovação dos homens dependia da vida santa do Clero, dedicou especial empenho aos Sacerdotes e Seminários, exortando os Ministros do Altar a se distinguirem pela piedade, ciência e obediência.

Elaborou um novo texto de catecismo. Preocupado ao máximo com a salvação eterna das almas, providenciou que fosse devidamente ensinado o catecismo às crianças e adultos, estabeleceu sábias normas para a pregação, introduziu o uso da Comunhão freqüente e até quotidiana, e estabeleceu que as crianças se aproximassem da Primeira Comunhão desde os mais tenros anos.

Mestre infalível da verdade, na memorável Encíclica “Pascendi” denunciou e reprimiu com o necessário rigor as doutrinas que formavam uma triste síntese de todos os erros: o modernismo.

Trabalhou na codificação do Direito Canônico, reunindo em um só texto as disposições jurídicas da Igreja proclamadas através dos séculos. Procedeu à revisão da “Vulgata”, isto é do texto oficial da Bíblia, confiando o trabalho aos Beneditinos. 
Reformou a Cúria Romana, modernizando a organização que Sixto V tinha dado aos Dicastérios e aos Tribunais Eclesiásticos. Criou o Instituto Bíblico, reformou o Breviário e orientou a música sacra para formas de expressão mais puras.

Para defesa da Religião restaurou a Ação Católica e deu novo desenvolvimento à ação social dos católicos e às associações operárias e reforçou as Ordens Religiosas com oportunas normas jurídicas.
Em 1º de setembro de 1910, Sua Santidade, através do motu proprio Sacrorum Antistitum, promulgou o famoso Juramento Anti-modernista, a ser proferido obrigatoriamente por todos os padres, bispos, catequistas e seminaristas; juramento este abolido por Paulo VI, em 1967.

Muito embora penetrado da consciência da autoridade pontifícia, Pio X levou uma vida de simplicidade extrema. Quis que os membros de sua família e especialmente suas irmã, o mesmo fizessem, e nunca lhes permitiu viverem junto dele, no Vaticano. Brando e afável, soube conquistar o afeto das multidões de fiéis.

A sua morte foi atribuída à dor pela notícia da Primeira Guerra Mundial, cujo impacto o deixou profundamente perturbado. Começou a sentir-se mal a 15 de agosto, desse mesmo ano, vindo a falecer santamente logo depois, dia 21 de agosto.
O povo, de imediato, passou a venerá-lo como um santo. Mas só em 1954 ele foi oficialmente canonizado.
O renome de santidade de Giuseppe Sarto começou a correr logo após seu falecimento. Não se tardou em falar de milagres devidos à sua intervenção. Em 1923, os Cardeais residentes em Roma se reuniram em comissão a fim de promoverem sua Beatificação.
O processo registrou rápidos progressos e a Beatificação se deu a 3 de julho de 1951. Três anos depois, terminava a causa da Canonização e, finalmente, Sua Santidade Pio XII proclamou Santo da Santa Madre Igreja Católica, Apostólica e Romana. “O Papa do Santíssimo Sacramento”, o Papa da bondade e da doçura.

Em seu sepulcro está escrito: - Pio X, pobre e rico, suave e humilde, de coração forte, lutador em prol dos direitos da Igreja, esforçado na tarefa de restaurar em Cristo todas as coisas.

Bendito sejais Deus, Senhor do céu e da terra, que nos destes a graça do papado e um tão grande intercessor como São Pio X. Concedei-nos, Senhor, pela intercessão de tão insigne santo, a graça da paz para toda a Igreja de Cristo e para todos os seus membros e fiéis. Amém.




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