quinta-feira, outubro 31, 2013

A COMUNHÃO DOS SANTOS


O Catecismo da Igreja Católica recorda-nos que com esta expressão se entendem duas realidades: a comunhão com as coisas santas e a comunhão entre as pessoas santas (n. 948). Meditemos sobre o segundo significado: trata-se das verdades mais consoladoras da nossa fé, porque nos recorda que não estamos sozinhos, mas existe uma comunhão de vida entre todos aqueles que pertencem a Cristo.

Uma comunhão que nasce da fé; com efeito, o termo “santos” refere-se àqueles que acreditam no Senhor Jesus e são incorporados nele na Igreja, mediante o Batismo. Por isso, os primeiros cristãos chamavam-se também “santos” (cf. Act 9, 13.32.41; Rm 8, 27; 1 Cor 6, 1).

A IGREJA É COMUNHÃO COM DEUS, FAMILIARIDADE COM DEUS, COMUNHÃO DE AMOR COM CRISTO E COM O PAI NO ESPÍRITO SANTO, QUE SE PROLONGA NUMA COMUNHÃO FRATERNA.
O Evangelho de João testemunha que, antes da sua Paixão, Jesus rezou ao Pai pela comunhão entre os discípulos, com as seguintes palavras: “Para que todos sejam um, assim como Tu, ó Pai, estás em mim e Eu em ti, para que também eles estejam em Nós e o mundo creia que Tu me enviaste” (17, 21). Na sua verdade mais profunda, a Igreja é comunhão com Deus, familiaridade com Deus, comunhão de amor com Cristo e com o Pai no Espírito Santo, que se prolonga numa comunhão fraterna. Esta relação entre Jesus e o Pai é a “matriz” do vínculo entre nós, cristãos: se estivermos intimamente inseridos nesta matriz, nesta fornalha ardente de amor, então poderemos tornar-nos verdadeiramente um só coração e uma só alma entre nós, porque o amor de Deus dissipa os nossos egoísmos, os nossos preconceitos e as nossas divisões interiores e exteriores. O amor de Deus dissipa também os nossos pecados!

SE EXISTIR ESTA RADICAÇÃO NA NASCENTE DO AMOR, QUE É DEUS, ENTÃO VERIFICAR-SE-Á TAMBÉM O MOVIMENTO RECÍPROCO: DOS IRMÃOS PARA DEUS; A EXPERIÊNCIA DA COMUNHÃO FRATERNA LEVA-ME À COMUNHÃO COM DEUS
Estarmos unidos entre nós leva-nos a permanecer unidos a Deus, conduz-nos para este vínculo com Deus que é nosso Pai. Eis o segundo aspecto da comunhão dos santos, que eu gostaria de ressaltar: a nossa fé tem necessidade da ajuda dos outros, especialmente nos momentos difíceis. Se estivermos unidos, a nossa fé fortalecer-se-á. Como é bom amparar-nos uns aos outros na maravilhosa aventura da fé! Digo isto porque a tendência a fechar-nos no privado influenciou também o âmbito religioso, de tal modo que muitas vezes temos dificuldade em pedir a ajuda espiritual de quantos compartilham conosco a experiência cristã. 

Quem de nós nunca sentiu insegurança, confusão e até dúvidas no caminho da fé? Todos nós vivemos isto, e eu também: faz parte do caminho da fé, faz parte da nossa vida. Nada disto nos deve admirar, porque somos seres humanos, marcados pela fragilidade e limites; todos nós somos frágeis, todos temos limites. 
No entanto, nestes momentos de dificuldade é necessário confiar na ajuda de Deus, mediante a oração filial e, ao mesmo tempo, é importante encontrar a coragem e a humildade de nos abrirmos aos outros, para pedir ajuda, para pedir que nos dê uma mão. Quantas vezes fizemos isto, e depois conseguimos resolver o problema e encontrar Deus mais uma vez! Nesta comunhão — comunhão quer dizer comum-união — somos uma grande família, onde todos os componentes se ajudam e se sustentam entre si.

A COMUNHÃO DOS SANTOS VAI ALÉM DA VIDA TERRENA, VAI ALÉM DA MORTE E PERDURA PARA SEMPRE. 
Esta união entre nós vai mais além e continua na outra vida; trata-se de uma união espiritual que deriva do Batismo e não é interrompida pela morte mas, graças a Cristo ressuscitado, está destinada a encontrar a sua plenitude na vida eterna. Existe uma união profunda e indissolúvel entre quantos ainda são peregrinos neste mundo — entre nós — e aqueles que já ultrapassaram o limiar da morte para entrar na eternidade. Todos os baptizados da terra, as almas do Purgatório e todos os beatos que já se encontram no Paraíso formam uma única grande Família. Esta comunhão entre a terra e o Céu realiza-se especialmente na prece de intercessão.
Estimados amigos, dispomos desta beleza! 

É UMA NOSSA REALIDADE, DE TODOS, QUE NOS FAZ IRMÃOS, QUE NOS ACOMPANHA NO CAMINHO DA VIDA E QUE DEPOIS NOS LEVARÁ A ENCONTRAR-NOS NO CÉU. PERCORRAMOS ESTE CAMINHO COM CONFIANÇA E ALEGRIA. 
O cristão deve ser alegre, com o júbilo de ter muitos irmãos batizados que caminham com ele; animado pela ajuda dos irmãos e das irmãs que percorrem este mesmo caminho para ir ao Céu; e também com a ajuda dos irmãos e das irmãs que estão no Céu e intercedem por nós junto de Jesus. Em frente ao longo deste caminho com alegria!

A COMUNHÃO DOS SANTOS NÃO ACABA COM A MORTE: TODOS OS BATIZADOS AQUI NA TERRA, AS ALMAS DO PURGATÓRIO E OS SANTOS QUE ESTÃO NO PARAÍSO FORMAM UMA GRANDE FAMÍLIA, QUE SE MANTEM UNIDA ATRAVÉS DA INTERCESSÃO DE UNS PELOS OUTROS.
“ESTA COMUNHÃO ENTRE O CÉU E A TERRA REALIZA-SE ESPECIALMENTE NA ORAÇÃO DE INTERCESSÃO.”

“... UM CRISTÃO TEM QUE TER A ALEGRIA DE TER TANTOS IRMÃOS BATIZADOS QUE CONOSCO CAMINHAM E TAMBÉM COM A AJUDA DOS IRMÃOS E DAS IRMÃS QUE ESTÃO NO CÉU E REZAM POR NÓS. EM FRENTE E COM ALEGRIA!”