quinta-feira, fevereiro 13, 2014

A SAÚDE E A DOENÇA por Dom Fernando Arêas Rifan


         
Jesus, durante a sua vida pública, como apoio para a sua evangelização e demonstração da sua divindade, curou alguns doentes, cegos, aleijados, surdos, epiléticos, leprosos. Mas não curou todos os doentes do seu tempo. Porque para alguns Deus quer que se salvem e façam o bem com a saúde; outros, com a sua doença. 
A doença pode ser uma graça de Deus. O que não dispensa, quando estivermos doentes, de procurarmos os cuidados médicos. “Doentes precisam de médico”, disse Jesus no Evangelho (Lucas 5,31). Não estão de acordo com o Evangelho, os que, pensando confiar em Deus, dispensam o recurso aos médicos. 
Belíssima foi a mensagem legada pelo médico santo Dr. José Moscati: “Os doentes são a figura de Jesus Cristo. Muitos comprovadamente delinquentes, blasfemos, chegam inesperadamente ao hospital por disposição última da misericórdia de Deus, que os quer salvos. 

Nos hospitais, a missão das irmãs, dos médicos, dos enfermeiros, consiste em colaborar com esta infinita misericórdia, ajudando, perdoando, sacrificando-se... Bem-aventurados nós, médicos, tantas vezes incapazes de remover uma enfermidade, felizes de nós, se levarmos em conta que, além de corpos, estamos em face de almas imortais, para as quais urge o preceito evangélico de amá-las como a nós mesmos”. 
Ele também nos deixou consoladoras reflexões sobre a vida e a morte: “A vida é um piscar de olhos: honras, triunfos, riquezas e ciências tombam... Mas a vida não acaba com a morte, continua de um jeito melhor. Para todos é prometido, após a redenção do mundo, o dia que nos reunirá a nossos entes queridos falecidos, e que nos reconduzirá ao supremo Amor... 

A vida foi definida como um relâmpago no eterno. E nossa humanidade, por mérito da dor que a recheia, e da qual se saciou Aquele que vestiu a nossa carne, transcende a matéria e nos leva a desejar uma felicidade além do mundo. Bem-aventurados aqueles que seguem essa tendência da consciência e olham para o além, onde os afetos terrenos, que pareciam precocemente quebrados, serão reunidos”. 
            Em sua mensagem deste ano para o XXII Dia Mundial do Doente, com o tema “Fé e Caridade: também nós devemos dar a vida pelos nossos irmãos” (1 Jo 3, 16), diz o Papa Francisco: “A Igreja reconhece em vós, queridos doentes, uma presença especial de Cristo sofredor. É assim: ao lado, aliás, dentro do nosso sofrimento está o de Jesus, que carrega conosco o seu peso e revela o seu sentido. Quando o Filho de Deus subiu à cruz, destruiu a solidão do sofrimento e iluminou a sua escuridão. 

Desta forma somos postos diante do mistério do amor de Deus por nós, que nos infunde esperança e coragem: esperança, porque no desígnio de amor de Deus também a noite do sofrimento se abre à luz pascal; e coragem, para enfrentar qualquer adversidade em sua companhia, unidos a Ele”.

Bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney




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