domingo, março 01, 2015

II DOMINGO DA QUARESMA 2015 E ANIVERSARIO DO RIO DE JANEIRO


Há 450 anos, nascia o Rio de Janeiro, que anos mais tarde passou a viver sob as bênçãos do padroeiro São Sebastião. 
Entrecortada pelo verde da Mata Atlântica, banhada pelas águas da Baía e bonita por natureza, a capital se tornaria nos séculos seguintes a segunda mais importante do país e a principal porta de entrada para estrangeiros de todos os cantos do mundo. 
O Rio que hoje celebra o dia da sua fundação, em 1º de março de 1565, com uma vasta programação, é o mesmo que se reinventa e resgata um passado áureo quando ainda era a capital do país.
Nesse  segundo Domingo da Quaresma, a Palavra de Deus define o caminho que o verdadeiro discípulo deve seguir para chegar à vida nova: é o caminho da escuta atenta de Deus e dos seus projetos, o caminho da obediência total e radical aos planos do Pai.
O Evangelho relata a transfiguração de Jesus. Recorrendo a elementos simbólicos do Antigo Testamento, o autor apresenta-nos uma catequese sobre Jesus, o Filho amado de Deus, que vai concretizar o seu projeto libertador em favor dos homens através do dom da vida.
 Aos discípulos, desanimados e assustados, Jesus diz: o caminho do dom da vida não conduz ao fracasso, mas à vida plena e definitiva. Segui-o, vós também.
Homilia de Padre Marcos Belizário Ferreira
Temos cada vez menos tempo para escutar. Não sabemos aproximar-nos, com calma e sem preconceitos, do coração do outro. Não conseguimos acolher a mensagem que todo ser humano nos pode comunicar. Fechados em nossos próprios problemas, passamos pelas pessoas quase sem deter-nos para escutar realmente alguém. Estamos esquecendo a arte de escutar.
Por isso, também não é tão estranho que nós cristãos tenhamos esquecido, em boa parte, que ser crente é viver escutando JESUS. No entanto, somente a partir desta escuta nasce a verdadeira fé cristã.
De acordo com São Marcos, quando no "monte da transfiguração'' os discípulos se assustam ao sentir-se envoltos pelas sombras de uma nuvem, só escutam estas palavras: "ESTE É MEU FILHO AMADO: ESCUTAI-O".
A experiência de escutar Jesus até o fundo pode ser dolorosa, mas é apaixonante. Ele não é aquele que nós havíamos imaginado a partir de nossos esquemas e tópicos. Seu mistério nos escapa. 
Quase sem dar-nos conta, ele nos vai arrancando de seguranças que nos são muito queridas, para atrair-nos a um vida mais autêntica.
Encontramo-nos, por fim, com alguém que diz a verdade última (lembremos a Samaritana). 
Alguém que sabe para que viver e por que morrer (lembremos de Marta e Jesus, por ocasião da morte de Lázaro). 
Alguma coisa nos diz, a partir de dentro de nós, que ele tem razão (Parábola do Pai Misericordioso). Em sua vida e em sua mensagem existe verdade.
ADMITIR! PRECISAMOS TER A CORAGEM DE ADMITIR NOSSAS FRAQUEZAS PARA NÓS MESMOS, PARA DEUS E PARA OS IRMÃOS. ADMITIR ISSO PARA NÓS É ALGO RACIONAL E CONCRETO. QUANDO ADMITO PARA MIM MESMO QUE ESTOU ERRADO. ESTOU ACEITANDO O MEU COMPORTAMENTO COMO ALGO DE NEGATIVO, E ESTA REAÇÃO É O COMEÇO DA CORREÇÃO.
Se perseverarmos numa escuta paciente e sincera, nossa vida começa a iluminar-se com uma nova luz. Começamos a ver tudo com mais clareza. Vamos descobrindo qual a maneira mais humana de enfrentar os problemas da vida e o mistério da morte. Damo-nos conta dos grandes erros que nós seres humanos podemos cometer e das grandes infidelidades.
Precisamos, em nossas comunidades cristãs, empenhar-nos mais na escuta fiel de Jesus. Escutar Jesus pode nos curar de cegueiras seculares, pode liberta-nos de desalentos e covardias quase inevitáveis, pode infundir novo vigor à nossa fé.
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