sábado, novembro 21, 2015

CONCLUSÃO DO ANO LITÚRGICO


Em meio a muitos e tantos tumultos sociais, estamos concluindo mais um Ano Litúrgico. Entre tantos tumultos sociais é preciso repetir que as celebrações do Ano

Litúrgico carecem de sentido se as mesmas forem celebradas de modo alienado, longe da vida social. O Ano Litúrgico só tem sentido se for celebrado no meio do povo, ora sustentado o povo em suas debilidades, ora iluminando as crises sociais, que escurecem a vida, ora alegrando o mesmo povo com suas festas.

O Ano Litúrgico não é um calendário celebrativo; longe disso. É uma pedagogia que conduz a Igreja, enquanto Corpo de Cristo, nas estradas do mundo. “Caminhamos na estrada de Jesus”, diz a feliz expressão da Oração Eucarística V; caminhamos iluminados pela luz do Ano Litúrgico. De fato, o Ano Litúrgico, apesar de ser diferenciado do ano civil, não pode ser celebrado fora do tempo social, que é marcado por conquistas, sonhos, utopias, derrotas e desilusões. A Igreja celebra o seu Ano Litúrgico no meio da história do povo, que acontece no tempo histórico do seu povo.


O Ano Litúrgico é o “Calendário religioso”, a linha mestra que nos conduz pela imensidão do mistério de Cristo e nos coloca em contato com as virtudes e méritos do Senhor, as quais se tornam presentes em todos os tempos, abrindo para nós o acesso à plenitude da graça e da salvação.
Através dos tempos do Ano Litúrgico, podemos participar da vida de Cristo que se manifesta em nós por conter as datas dos acontecimentos da História da Salvação.
Não coincide com o ano civil, que começa no dia primeiro de janeiro e termina no dia 31 de dezembro, ao contrário, começa e termina quatro semanas antes do Natal. Tem como base as fases da lua. Compõe-se de dois grandes ciclos: o Natal e a Páscoa. São como dois pólos em torno dos quais gira todo o Ano Litúrgico.
O Natal tem um tempo de preparação, que é o Advento; e a Páscoa tem também um tempo de preparação, que é a Quaresma. Ao lado do Natal e da Páscoa está um período longo, de 34 semanas, chamado Tempo Comum.
O Ano Litúrgico começa com o Primeiro Domingo do Advento e termina com o último sábado do Tempo Comum, que é na véspera do Primeiro Domingo do Advento. A seqüência dos diversos “tempos” do Ano Litúrgico é a seguinte:




CICLO DO NATAL

ADVENTOInicia-se o ano litúrgico. Compõe-se de 4 semanas. Começa 4 domingos antes do Natal e termina no dia 24 de dezembro. Não é um tempo de festas, mas de alegria moderada e preparação para receber Jesus.
Início: 4 domingos antes do Natal
Término: 24 de dezembro à tarde
Espiritualidade: Esperança e purificação da vida
Ensinamento: Anúncio da vinda do Messias
Cor: Roxa


NATAL - 25 de dezembro.
É comemorado com alegria, pois é a festa do Nascimento do Salvador.
Início: 25 de dezembro
Término: Na festa do Batismo de Jesus
Espiritualidade: Fé, alegria e acolhimento.
Ensinamento: O filho de Deus se fez Homem
Cor: Branca







TEMPO COMUM
1ª PARTE
Começa após o batismo de Jesus e acaba na terça antes da quarta-feira de Cinzas.
Início: 2ª feira após o Batismo de Jesus
Término: Véspera da Quarta-feira das Cinzas
Espiritualidade: Esperança e escuta da Palavra
Ensinamento: Anúncio do Reino de Deus
Cor: Verde
2ª PARTE
Começa na segunda após Pentecostes e vai até o sábado anterior ao 1º Domingo do advento.
Início: Segunda-feira após o Pentecostes
Término: Véspera do 1º Domingo do Advento
Espiritualidade: Vivência do Reino de Deus
Ensinamento: Os Cristãos são o sinais do Reino
Cor: Verde

CICLO DA PÁSCOA

QUARESMA
Começa na quarta-feira de cinzas e termina na quarta-feira da semana santa. Tempo forte de conversão e penitência, jejum, esmola e oração. É um tempo de 5 semanas em que nos preparamos para a Páscoa.
Não se diz "Aleluia", nem se colocam flores na igreja, não devem ser usados muitos instrumentos e não se canta o Hino de Louvor. É um tempo de sacrifício e penitências, não de louvor.
Início: Quarta-Feira das Cinzas
Término: Quarta-feira da Semana Santa
Espiritualidade: Penitência e conversão
Ensinamento: A misericórdia de Deus
Cor: Roxa


PÁSCOA
Começa com a ceia do Senhor na quinta-feira santa. Neste dia é celebrada a Instituição da Eucaristia e do sacerdote. Na sexta-feira celebra-se a paixão e morte de Jesus. É o único dia do ano que não tem missa. Acontece apenas uma Celebração da Palavra.
No sábado acontece a solene Vigília Pascal. Forma-se então o Tríduo Pascal que prepara o ponto máximo da páscoa: o Domingo da Ressurreição. A Festa da Páscoa não se restringe ao Domingo da Ressurreição. Ela se estende até a Festa de Pentecostes. (Pentecostes: É celebrado 50 dias após a Páscoa. Jesus ressuscitado volta ao Pai e nos envia o Paráclito.)
Início: Quinta-feira Santa (Tríduo Pascal)
Término: No Pentecostes



Espiritualidade: Alegria em Cristo Ressuscitado
Ensinamento: Ressurreição e vida eterna
Cor: Branca
Importante:
Ao todo são 34 semanas. É um período sem grandes acontecimentos. É um tempo que nos mostra que Deus se fez presente nas coisas mais simples. É um tempo de esperança e acolhimento da Palavra de Deus.
"O Tempo comum não é tempo vazio. É tempo de a Igreja continuar a obra de Cristo nas lutas e nos trabalhos pelo Reino." (CNBB - Documento 43, 132).


A Igreja possui os ANOS LITÚRGICOS “A” ,” B” e “C” a saber:
• No ano A são proclamadas as leituras do Evangelho de São Mateus;
• no ano B, o de São Marcos
• no ano C, o de São Lucas.
• o Evangelho de São João é reservado para as ocasiões especiais, principalmente as grandes Festas e Solenidades.
O Ano Litúrgico e o Mistério Pascal
O culto da Igreja nasceu da vivência pascal dos primeiros cristãos, que se reuniam para fazer a memória da redenção realizada pela paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo.
É em torno desse eixo central que começa a se desenvolver o Ano Litúrgico. Além do dia da ressurreição, celebrado semanalmente no domingo, começa a ser celebrada a Páscoa anual. Esse grande domingo é ampliado para os três dias do Tríduo Pascal, com o prolongamento de cinqüenta dias ( Tempo Pascal até Pentecostes ).
Do desejo de viver cada momento da Paixão, surge a Semana Santa; da preparação dos penitentes para a Reconciliação e dos adultos para o Batismo na Páscoa, surgem os quarenta dias da Quaresma; da necessidade de afastar os pagãos das festas idolátricas do “sol invicto” surgem o Natal com o seu tempo e o Advento como a sua preparação; as semanas restantes do ano sem comemoração especial tornaram-se o Tempo Comum. Ligado a tudo isso, surge o culto aos mártires e à Virgem Maria.
Com a presença de Cristo em nossa existência, alimentamos a nossa vida espiritual, celebrando os seus mistérios, no decorrer do dia ( Liturgia das Horas ), da semana, do domingo e do ano ( tempos Litúrgicos).