segunda-feira, agosto 29, 2016

XXII DOMINGO DO TEMPO COMUM




O ensinamento de Jesus é muito claro e extremamente oportuno para este nosso tempo de crise. Jesus não pretende ensinar etiquetas sociais, mas a solidariedade para que todos possam participar do mesmo banquete da vida. O mais importante não é estar no topo pisando nos outros; para Jesus, o mais importante é participar do banquete da vida sem esquecer os últimos, sem esquecer aqueles que sofrem mais que nós, sem esquecer aqueles que, em muitas situações, o alimento não chega porque é totalmente consumido por aqueles que estão sentados nos primeiros lugares. Na prática, o Evangelho de hoje destaca o compromisso cristão com os pobres e com os menos favorecidos. Dar uma festa para ricos, para pessoas de posse que podem retribuir não tem sentido para Jesus. Não tem sentido porque falta a gratuidade, carece de solidariedade e de misericórdia. Para entender o que Jesus está propondo faço uma comparação: um presente que do qual se espera retribuição não é presente é troca ou compra. Jesus está falando de convidar pessoas que não podem retribuir o teu bem com outro presente. Trata-se do exercício da generosidade, por isso não olhar para a sociedade com os olhos dos ricos que podem pagar, mas com o olhar dos pobres que não tem com o que pagar. 

Novamente, aqui nos deparamos com o interesse pelos pobres e pelos que vivem nas periferias sociais. Neste caso, Jesus ensina a não convidar os grandes e os poderosos, nem mesmo os parentes; convidar sim os pobres, os deserdados sociais, porque eles não têm como retribuir. Na prática, oferecer um lugar no banquete da vida, mas sem esperar recompensa (Evangelho). Com tal ensinamento, Jesus inverte a lógica social: não a proposta de oferecer algo para ser recompensado, mas de ofertar com os mesmos parâmetros da misericórdia divina, com um amor oblativo, que oferta sem esperar nada em troca. Esta é uma característica do discípulo de Jesus. Não ama somente aqueles que o amam, mas ama misericordiosamente como Deus. Não convida os que podem retribuir, mas oferece oportunidade de vida aos que não a tem. Em resumo, a proposta de não se manter no comportamento da sociedade, que faz para receber ou reverter em lucro, mas buscar o comportamento misericordioso do Pai, que “derrama a chuva generosa" e "com carinho prepara a terra para o pobre” (salmo responsorial) e nos conduz a uma realidade palpável da divindade, na pessoa de Jesus (2ª leitura).