segunda-feira, junho 19, 2017

XI DOMINGO DO TEMPO COMUM




O Reino de Deus não é só uma salvação que começa depois da morte. É uma irrupção de graça e de vida já em nossa vida atual. Mais ainda. O sinal mais claro de que o reino está próximo é precisamente essa corrente de vida que começa a abrir-se passagem na terra. “Ide e proclamai que o Reino dos Céus está próximo. Curai os enfermos, ressuscitai os mortos, limpai os leprosos, expulsai os demônios.” Hoje, mais do que nunca, nós crentes deveríamos escutar o convite de Jesus de pôr nova vida na sociedade. 

Um inquietante abismo está se abrindo entre o progresso técnico e o nosso desenvolvimento espiritual. Dir-se-ia que o ser humano não tem força espiritual para animar e dar sentido a seu incessante progresso. Os resultados são palpáveis. Muitos se veem empobrecidos por seu dinheiro e pelas coisas que pensam possuir. O cansaço da vida e o aborrecimento se apoderam de outros tantos. A “contaminação interior” está sujando o melhor de não poucas pessoas. Há homens e mulheres que vivem perdidos, imersos numa nervosa e intensa atividade, esvaziando-se por dentro, sem saber exatamente o que querem. 

Será que não estamos de novo diante de homens e mulheres “enfermos” que precisam ser curados, “mortos” que precisam ser ressuscitados, “possessos” que esperam ser libertados de tantos demônios que os impedem de viver como seres humanos? Há pessoas que, no fundo, querem voltar a viver. Querem curar-se e ressuscitar. Querem tornar a rir e desfrutar da vida, enfrentar cada dia com alegria. 

E só há um caminho: aprender a amar. E aprender de novo coisas que o amor exige que não estão muito na moda: simplicidade, acolhimento, amizade, solidariedade , atenção gratuita ao outro, fidelidade...Entre nós continua faltando amor . Alguém te que despertá-lo. O que vai salva os seres humanos de hoje não será o conforto, nem a eletrônica, mas o amor. Se existe em nós capacidade de amar, temos que compartilhá-la. O que nos foi dado de graça, devemos de graça compartilhar de muitas maneiras com os que encontramos no nosso caminho. 

“Curar os enfermos” quer dizer libertar as pessoas de tudo que lhes rouba a vida e as faz sofrer. Sarar a alma e o corpo dos que se sentem destruídos pela dor e angustiados pela dureza impiedosa da vida diária. 

“Ressuscitar os mortos” quer dizer libertar as pessoas daquilo que bloqueia sua vida e mata sua esperança. Despertar novamente o amor à vida, a confiança em Deus, a vontade de lutar e o desejo de liberdade em tantos homens e mulheres nos quais a vida vai morrendo.

“Limpar os leprosos”, quer dizer limpar esta sociedade de tanta mentira, hipocrisia e convencionalismos. Ajudar as pessoas a viver com mais verdade, simplicidade honradez. 

“Expulsar os demônios”, isto é, libertar as pessoas de tantos ídolos que as escravizam e pervertem nossa convivência. Onde se está libertando as pessoas, ale se está anunciando Deus.