segunda-feira, setembro 18, 2017

XXIV DOMINGO DO TEMPO COMUM



Terapia do perdão 


Uma terapia da cura pelo perdão. Depois, você poderá retomar a leitura para meditá-la com mais calma. Eu destaco alguns pontos para mostrar o que meu amigo psicólogo quer dizer com terapia pelo perdão. A primeira frase fala do estrago que o rancor e a raiva produzem dentro da gente, a ponto de até mesmo quem vive no pecado querer se ver livre da raiva e do rancor. Coitada da pessoa que vive com raiva dentro de si. É alguém que vai se corroendo aos poucos e, por causa disso, fica doente não só psicologicamente, mas também corporalmente. Qual a terapia proposta? Duas indicações iniciais. A primeira, entrar no processo do perdão, não tanto por causa do outro, em primeiro lugar, mas por causa da gente mesmo. Quando perdoamos, tiramos quem nos ofendeu de dentro de nós. E isso é libertador. 


A força da oração para perdoar 

Um segundo elemento terapêutico, que aparece na 1ª leitura, é a oração. Quem perdoa a injustiça cometida, diz a 1ª leitura, abre o coração divino para ouvir e atender a oração que se faz a Deus. Ou seja, a última frase da 1ª leitura — para não se levar em conta a falta do outro — só é possível através da oração. É esse o sentido que Jesus dá quando ensina a rezar pelos nossos inimigos, a rezar por quem nos ofende. A oração, talvez, não mude a violência de quem nos ofende, mas muda o nosso coração e o deixa em paz para que a ofensa do agressor não machuque nossa vida. Ou seja, quando rezamos por quem nos ofendeu começa a acontecer um processo de cura dentro de nós, porque a bondade que desejamos a quem nos ofendeu, através da oração, tem o poder de curar o nosso coração. E disso, eu como padre sou testemunha em tantas e tantas situações. 


Como perdoar? 

Como em toda a terapia, também na terapia do perdão existe um “como”. Existe um modo para se perdoar; existe um modelo para aprender a perdoar. O modelo é o Coração de Deus, como exposto por Jesus no Evangelho. Diz a parábola que, diante do choro do devedor, o patrão (Deus) teve compaixão e perdoou-lhe a dívida. Se o modelo é o Coração divino, dele aprende-se a olhar quem nos ofendeu com compaixão. É pela compaixão que aparece outro elemento essencial para se perdoar: a misericórdia. Não no sentido de ter dó ou pena, mas no sentido de olhar a quem nos ofendeu com o mesmo olhar divino, que não condena, mas oferece a oportunidade para continuar a viver. O erro do empregado consistiu em não modelar o seu coração no Coração divino e, por isso, ele foi condenado. Quem não modela o seu coração no Coração de Deus não consegue perdoar e assim, diante de quem deve algo, não tem olhar misericordioso, mas olhar vingativo e, toda vingança é uma prisão. Perdoar, portanto, para se viver livre e libertado. Amém!