terça-feira, abril 17, 2018

III DOMINGO DA PÁSCOA



Páscoa: passagem para outro modo de viver 

Sabemos que a palavra “Páscoa” tem origem na língua hebraica e significa passagem. Em hebraico, Páscoa se diz “Pessach”. Assim, a “pessach” dos judeus, foi a passagem de um regime de escravidão, que viviam no Egito, para o regime de liberdade; fizeram sua pessach passando pelo deserto. A “Pessach” de Jesus foi sua passagem da morte para a vida, realizada no dia da Ressurreição. Cada um de nós também faz a sua Páscoa pessoal, passando pelas águas do Batismo, comprometendo-se em viver como discípulos e discípulas de Jesus. É isto que diz a 1ª leitura: fazer uma Páscoa, quer dizer, fazer a passagem de um modo de viver para outro modo de viver. Esta passagem acontece pela conversão, pela mudança de vida. Neste sentido, a conversão é um caminho de Páscoa, é um caminho de passagem para um outro modo de viver, outro modo de pensar, outro modo de considerar a vida. 


Vivência dos Mandamentos 

A nossa páscoa pessoal, a nossa passagem de um estilo de vida para outro estilo de vida, não é algo abstrato, que acontece somente no nosso modo de pensar, por exemplo. Ao contrário, é algo bem concreto. São João, na 2ª leitura, cita a necessidade de abandonar o pecado para viver iluminado e caminhando nos Mandamentos divinos. Quem vive de acordo com a proposta dos Mandamentos divinos, conclui a 2ª leitura, tem em sua vida a realização do amor. Com isso, a gente entende que a nossa Páscoa é uma passagem de um modo de viver sem amor para um modo de viver amoroso. O amor como algo concreto que se manifesta pelo cumprimento dos Mandamentos, colocando em prática a Palavra do Evangelho. Isto significa que a nossa fé na Ressurreição de Jesus não se limita a apresentar provas teóricas ou então sentimentais da Ressurreição de Jesus. É uma fé testemunhada pela vivência do amor a Deus e ao próximo, como propõe o Mandamento de Jesus. 


Viver na fé, sem dúvida 

Sem fé, o amor cristão não existe. Amor e fé são como as duas rodas de uma bicicleta. Sem uma delas, a vida cristã deixa de existir, não caminha. Ter fé é não ter dúvidas, diz Jesus no Evangelho; não ter dúvidas a respeito da Ressurreição de Jesus. Para tirar a dúvida dos corações de seus discípulos, ele prova que é ele mesmo pedindo algo para comer. Nós cremos na Ressurreição de Jesus porque fomos confirmados na fé dos Apóstolos. Crendo que Jesus ressuscitou, então nosso modo de ver o mundo, o modo como nos relacionamos com os outros deve ser diferente. Na conclusão do Evangelho, Jesus nos envia para ser testemunhas da sua Ressurreição. Um testemunho que acontece com palavras, anunciando a Ressurreição de Jesus. A isto nós chamamos de kerigma. Mas, é importante dizer que esse testemunho da Ressurreição de Jesus com palavras é comprovado pelo modo de viver. Hoje, somos incentivados a anunciar e testemunhar o Evangelho da Ressurreição com palavras e pelo nosso modo de viver. Amém!