terça-feira, novembro 03, 2015

FINADOS 02 DE NOVEMBRO DE 2015


1 – A morte não vence a vida
No dia em que celebramos os mortos, tudo fala de vida, de modo que podemos afirmar, com toda certeza, que morrer é viver. A razão disso tudo está na pessoa de Jesus Cristo, morto e ressuscitado, primeiro fruto dentro os que ressuscitam dos mortos, nosso irmão mais velho e vencedor da morte. E, como disse Paulo na segunda leitura: nós nascemos para receber e participar da glória divina, que é a vida em plenitude. Vamos refletir um pouco sobre essa realidade e certeza na nossa vida: a morte. Sim, porque na comemoração dos fiéis defuntos somos convidados a estender nossa fraternidade aos irmãos falecidos. Hoje, pedimos ao Senhor que, em sua misericórdia, lhes conceda, quanto antes, a felicidade dos que nele morrem, o descanso por seus trabalhos e fadigas, o prêmio por suas obras. É um dia, também, para rezarmos pelos nossos familiares e amigos que já partiram dessa vida. Peçamos também que Deus, como nos ensina a 1ª leitura, conceda a cada um de nós, a graça de fazer-nos crescer na esperança de um participarmos com ele da vida eterna.


2 – A certeza da morte
Para melhor compreender a esperança é preciso olhar a nossa realidade. Nós sabemos que ninguém ficará para a semente. A morte é uma certeza. Por isso, O dia de hoje, nos convida também a caminharmos na fé, na caridade e especialmente, na esperança. É um momento especial para crescermos na esperança. Uma esperança tão forte e de tal modo viva dentro de nossos corações que seja capaz de afastar de nós todo medo, até mesmo o inevitável medo da morte. Sabemos muito bem que para nós, cristãos, a morte não é o fim de tudo. É apenas uma conclusão de uma etapa da vida; esta vida que vivemos aqui na terra. Com a morte, começamos a viver outra etapa da vida. A vida na terra deve ser preparação para a vida futura. Enquanto caminhamos nas estradas do mundo, nosso destino é a morada junto a Deus. A morada definitiva. É para lá que caminhamos e é para lá que, prudentemente, queremos direcionar as nossas vidas. Esta vida eterna que a profecia de Isaias, na 1ª leitura, compara a uma festa, a um banquete juntamente com Deus.



3 – Somos peregrinos na terra
O dia de hoje recorda que somos peregrinos, que não temos aqui na terra morada permanente, que estamos sempre a caminho. A comemoração de todos os fiéis defuntos, de modo particular nossos entes queridos, deve ser um dia de agradecimento também. Não pela morte, mas pela vida plena que recebemos em Cristo. Nada, nem a morte, é mais forte que a vida, pois a vida que vem de Deus. A morte não é o fim, é o início de outro modo de viver. Este é um pensamento que viveu na mente de muitos santos e santas, como por exemplo São Francisco de Assis, a ponto dele de tratar a morte como sendo uma irmã. Uma irmã querida que o conduziria para o encontro definitivo com Deus. É com este sentimento que hoje, como já fazíamos ontem, somos convidados a considerar o modo como santos e santas contemplam e descrevem a morte. Eles que viveram intensamente suas vidas em Deus, ajudam-nos a compreender que este é o melhor modo de nos preparar para a morte, isto é, vivendo em Deus e participando da vida divina desde esta vida, deste este momento de vida terrena; da vida aqui na terra.



4 – Memória dos que partiram
Vou concluir minha reflexão lembrando uma característica importante desta celebração dos fiéis falecidos: é uma celebração para recordar tantos que percorreram os caminhos da vida antes de nós. Lembrar deles para rezar por eles, mas também para que tomemos consciência dos limites de nossas vidas; limite que se parece a uma porta para passar para outro modo de viver. Lembrar, portanto, aqueles que já passaram desta vida para a outra é um modo de alimentar nossa esperança, aquela mesma esperança, da qual São Paulo fala, que não decepciona (Rm 5,5). Hoje, rezando pelos nossos irmãos e irmãs falecidos, somos convidados a não colocar nossas seguranças na tecnologia que nos rodeia e nem nas promessas de quem nos governa, especialmente aqueles que pensam mais no nosso dinheiro que em nossas vidas, mas, em todas as circunstâncias, esperar unicamente em Deus. Viver de tal modo a ponto de, como São Francisco, acolher a morte como uma irmã, como um dom de Deus para se poder com ele viver eternamente. Amém!



"Deus, que ressuscitou Jesus dentre os mortos, também dará vida aos nossos corpos mortais, pelo seu Espirito que habita em nós." 
Antífona da Entrada Missa de Finados."



"Esperamos como Salvador o Senhor Jesus Cristo; ele transformará o nosso corpo mortal num corpo glorioso como o seu."
Antífona da Comunhão Missa de Finados