sexta-feira, setembro 18, 2015

MISSÃO POPULAR - EDIFÍCIO FERRARA - CONDOMÍNIO VILLAGE SÃO CONRADO - SETEMBRO DE 2015


Ainda hoje há tanta gente que não conhece Jesus Cristo. Por isso, continua a revestir-se de grande urgência a missão ad gentes, na qual são chamados a participar todos os membros da Igreja, pois esta é, por sua natureza, missionária: a Igreja nasceu “em saída”. 
O Espírito Santo, enviado pelo Pai, dá sabedoria e fortaleza a quantos são dóceis à sua ação; de alegria, porque Jesus Cristo, Filho do Pai, enviado a evangelizar o mundo, sustenta e acompanha a nossa obra missionária.
“Quando nos colocamos em oração diante de Jesus crucificado, reconhecemos a grandeza do seu amor que nos dá dignidade e nos sustenta; e no mesmo momento percebemos que aquele amor que parte de seu coração transpassado se estende a todo o povo de Deus e a toda a humanidade...”
 A paixão do missionário é o Evangelho. São Paulo afirmou: “Ai de mim se eu não anunciar o Evangelho!” (1 Cor 9,16).
O Evangelho é fonte de alegria, libertação e salvação para todos os homens. 
 A Igreja é consciente desse dom, por isso não se cansa de proclamar incessantemente a todos “o que era desde o princípio, o que ouvimos e o que vimos com os nossos olhos” (1 Jo 1,1). 
A missão dos servidores da Palavra - bispos, sacerdotes, religiosos e leigos - é colocar todos, sem exceção, em relação pessoal com Cristo. No imenso campo da ação missionária da Igreja, todo batizado é chamado a viver bem o seu compromisso, segundo a sua situação pessoal. Os consagrados e consagradas podem dar uma resposta generosa a essa vocação universal a partir de uma intensa vida de oração e união com o Senhor e com o seu sacrifício redentor.
 A BOA NOTÍCIA QUE CONDUZ À SALVAÇÃO
“Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado” (Lc 10, 21). Esta frase de Jesus deve ser entendida como referida à sua exultação interior, querendo “o teu agrado” significar o plano salvífico e benevolente do Pai para com os homens. No contexto desta bondade divina, Jesus exultou, porque o Pai decidiu amar os homens com o mesmo amor que tem pelo Filho.
Além disso, Lucas faz-nos pensar numa exultação idêntica: a de Maria. “A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador” (Lc 1, 46-47). Estamos perante a boa Notícia que conduz à salvação. Levando no seu ventre Jesus, o Evangelizador por excelência, Maria encontrou Isabel e exultou de alegria no Espírito Santo, cantando o Magnificat.
Jesus, ao ver o bom êxito da missão dos seus discípulos e, consequentemente, a sua alegria, exultou no Espírito Santo e dirigiu-Se a seu Pai em oração. Em ambos os casos, trata-se de uma alegria pela salvação em ato, porque o amor com que o Pai ama o Filho chega até nós e, por obra do Espírito Santo, envolve-nos e faz-nos entrar na vida trinitária.
O Pai é a fonte da alegria. O Filho é a sua manifestação, e o Espírito Santo o animador. Imediatamente depois de ter louvado o Pai – como diz o evangelista Mateus – Jesus convida-nos: “Vinde a Mim, todos os que estais cansados e oprimidos, que Eu hei-de aliviar-vos. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de Mim, porque sou manso e humilde de coração e encontrareis descanso para o vosso espírito. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve” (Mt 11, 28-30).
“A alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus. Quantos se deixam salvar por Ele são libertados do pecado, da tristeza, do vazio interior, do isolamento. Com Jesus Cristo, renasce sem cessar a alegria” (Exort. ap. Evangelii gaudium).
De tal encontro com Jesus, a Virgem Maria teve uma experiência totalmente singular e tornou-se “causa nostrae laetitiae”. 
Os discípulos, por sua vez, receberam a chamada para estar com Jesus e ser enviados por Ele a evangelizar (Mc 3, 14), e, feito isso, sentem-se repletos de alegria. Porque não entramos também nós nesta torrente de alegria?

Convido-vos a mergulhar na alegria do Evangelho e a alimentar um amor capaz de iluminar a vossa vocação e missão. Exorto-vos a recordar, numa espécie de peregrinação interior, aquele «primeiro amor» com que o Senhor Jesus Cristo incendiou o coração de cada um; recordá-lo, não por um sentimento de nostalgia, mas para perseverar na alegria. O discípulo do Senhor persevera na alegria, quando está com Ele, quando faz a sua vontade, quando partilha a fé, a esperança e a caridade evangélica.

Papa Francisco
Vaticano, 8 de Junho – Solenidade de Pentecostes – de 2014.